Tutorial – Instalando uma bateria em cartucho pirata de GameBoy Advance

Olá, pessoal. No último ano, como já comentei rapidamente por aqui, voltei meu interesse na coleção de jogos clássicos. Nesse sentido, terminei adquirindo vários jogos de GameBoy e GameBoy Advance. Alguns raros, outros nem tanto. Uma das minhas aquisições mais bacanas foi essa abaixo:

Trata-se de uma cópia (pirata, e explico já já o porque) do jogo Mother 1+2, composta de Mother 1 (NES) e Mother 2 (SNES, aqui conhecido como EarthBound). Esse jogo foi lançado no Japão em 20/06/2003, e foi uma forma de dar publicidade ao lançamento subsequente de Mother 3, que ocorreu no Japão naquele mesmo ano. Ao todo foram vendidas cerca de 286.000 cópias do jogo.

Para quem não conhece a série Mother, ou só jogou EarthBound, explico: trata-se de um JRPG que se passa na américa no final do século 20, onde os personagens principais são crianças lutando contra uma invasão alienígena. Quando eu tiver um tempo (leia-se: quando eu terminar um dos jogos) eu faço um review breve por aqui.

Voltando ao cartucho: como ele não chegou a ser lançado nos Estados Unidos, o jogo só existe em japonês. Um grupo de fãs dedicados decidiu traduzir o primeiro jogo inteiro para o inglês. Daí em diante foi um pulo para que os chineses (anos depois) pirateassem os cartuchos de GBA e inserissem essa ROM traduzida nele.

Dos três jogos da série, só o segundo foi traduzido e lançado oficialmente (EarthBound, para o SNES). Existe uma longa história sobre uma tradução oficial do primeiro jogo (para NES) que foi cancelada no último minuto, devido ao lançamento do SNES. Em 2018 (ou 2017) a Nintendo finalmente o lançou oficialmente para o Wii U, em formato digital. O terceiro jogo da série, lançado exclusivamente para o GBA, nunca foi lançado oficialmente e também conta com uma tradução feita por fãs.

O problema de comprar jogos pirateados é conhecido: você não tem como saber se o produto que você comprou funciona, e, se funcionar, se ele realmente funciona como deveria. No caso desse cartucho, o jogo salvava (ou dizia que salvava), porém quando se reiniciava o jogo o cartucho não reconhecia aquele jogo salvo.

Na época dos lançamentos originais, os dados salvos eram mantidos em uma memória RAM alimentada continuamente por uma bateria de 3V. Na prática isso significava que o cartucho nunca desligava, já que a bateria ficava energizando-o para manter o jogo salvo ativo. Quando essa bateria “morria”, o jogo salvo ia embora junto. Isso foi resolvido pelos piratas usando uma memória permanente, tecnologia mais recente e bem mais barata hoje em dia. Segue abaixo a foto do chip do Mother 1+2:

“Nlhlelde… Muito bom”

Nesses cartuchos, existe uma ligação que é feita para que o cartucho “entenda” que ele tem que usar a memória permanente, e não dependa da bateria. Em algumas situações esses pontos são chamados de “N” e “Y”. Caso o “N” esteja com a ponte, o cartucho vai usar a memória permanente. Caso esteja com o “Y”, a bateria. Os dois itens na parte superior numerado com 5817 no meu cartucho correspondem, em ordem, ao “N” e ao “Y”. Além disso, do lado direito, nós temos os pads para bateria. Nos cartuchos de GBA o negativo sempre fica ligado ao terra (ground), ou seja: positivo em cima, negativo em baixo.

Decidi soldar uma bateria no cartucho, e mudar a ponte de “N” para “Y”. Terminei tirando foto só da instalação da bateria, mas segue:

Bateria instalada, hora de testar o jogo…

Pelo menos ainda funciona
Deu certo!

Espero que com esse tutorial eu possa ajudar outras pessoas nessa situação (ou até mesmo usar de referência no futuro).

Até logo mais!

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